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Revista Aú Nº 06
Vol. 6 No. 6 (2024)A vida exige que tenhamos jogo de cintura, que saibamos que não existe um só modo de solucionar situações. Em alguns momentos, devemos ser duros e, em outros momentos, a ginga e a fluidez serão os nossos pontos de transformação. O provérbio bantu africano “A árvore que se dobra com o vento não se quebra” representa o que entendemos por estar em “estado de Aú”. Um processo formativo continuado em relações étnico-raciais tendo a cultura afro-brasileira como centro. É essa a prática que nos move.
Nesta edição, o I Seminário Socioeducação e Relações Étnico-raciais, evento organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros do DEGASE -NEAB-D, pela Escola de Gestão Socioeducativa -ESGSE e pelas Coordenações de Atenção em Saúde Integral e Psicossocial - COOSIP e de Educação, Cultura, Esporte e Lazer – COOECEL do DEGASE, acontecido em dezembro de 2023, no auditório da Procuradoria-Geral do Estado – PGE Rio de Janeiro, serve como guia. As relações étnico-raciais e o racismo estrutural e estruturante na sociedade brasileira, bem como sua interface com as Políticas Públicas, com especial ênfase na Socioeducação, motivaram o seminário e dão o tom da Aú, número 6.
Reverberamos, na Seção Aruanda, as falas dos palestrantes do Seminário, enquanto, na Seção Treinel, a audiência do Seminário assume o protagonismo. Nas seções Berimbau, Caxinguelê, Aruanda, Capoeiras e Zum zum zum, o nosso time de articuladores mantém o jogo em alta e professores e professoras de universidades públicas e privadas de qualidade seguem o ritmo.
Neste número, inauguramos a seção Volta ao Mundo. A seção, com textos do Prof. Raul Japiassu Câmara, terá a história da Socioeducação como mote de reflexão sobre racismo no Brasil. O texto de abertura da seção tem o sugestivo título “Conter para regenerar: seria a missão das primeiras instituições federais de menores?”.
Na capa da revista Aú, temos a imagem da grande escritora Conceição Evaristo em um abraço afetuoso em sua filha Ainá. A imagem captada por Adriana Medeiros faz parte da exposição “Negras(fotos)grafias”, da Coletiva de Fotógrafas Negras, que tem curadoria de Simone Ricco e Bárbara Copque. A exposição ocupa a nossa seção Galeria Januário Garcia.
Envergando sem quebrar, chegamos a mais uma revista Aú.
Boa leitura!!!
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Revista Aú Nº 05
Vol. 5 No. 5 (2023)O jogo de capoeira pode ser entendido como uma metáfora da vida. Na afinação dos instrumentos, o berimbau começa seu diálogo com os atabaques em uma preparação para a jornada da roda, para a jornada de um instante da vida. A preparação para roda e para a vida, já é roda, já é vida. É processo formativo.
A revista Aú é editada pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros do DEGASE – NEAB-D, um setor da Divisão de Projetos e Programas em Equidade - DIVPPE, vinculado à Escola de Gestão Socioeducativa Professor Paulo Freire – ESGSE, órgão do Departamento Geral de Ações Socioeducativas – DEGASE. A ESGSE é responsável pela formação dos servidores do DEGASE e da comunidade socioeducativa do estado do Rio de Janeiro. A revista Aú é parte do processo formativo continuado da Escola de Gestão Socioeducativa Professor Paulo Freire.
Nesta edição, a questão principal é o contraponto entre racismo e antirracismo. O tema é resultado do V Curso de Estudos Afro-brasileiros e Socioeducação: A construção do racismo e da luta antirracista, promovido pelo NEAB-D.
A revista Aú, número 5, é uma homenagem ao griô Aderaldo Gil e sua passagem pelo plano terreno. O professor Aderaldo está presente nas seções Roda, na qual dividimos um artigo, na seção Aruanda, onde é homenageado pela pesquisadora Juliana Vinuto e na seção que ele assina, Seção Berimbau, onde conta histórias do Movimento Negro brasileiro contemporâneo e, dividimos, também este texto de apresentação. Aderaldo nos deixou em junho de 2023, foi para o Òrun encontrar com Abdias, Januário, Azoilda, Lélia e tantos outros companheiros e companheiras da luta antirracista.
O jogo está aberto, no giro da vida chegamos a mais uma revista Aú.
Boa leitura!!!
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Revista Aú Nº 04
Vol. 4 No. 04 (2021)Chegamos ao quarto número da Aú. Continuamos com movimentos firmes e com gingado constante na função, pois na capoeira não se pode ficar parado. Dessa maneira, nesse número, imprimimos mudanças significativas na visualidade e no formato da revista. Com o objetivo de alcançar movimentos ágeis e precisos, tal qual acontece em um bom jogo de capoeira, colocamos na revista menus interativos que saltam de seção para seção e de página a página.
A revista se mantém como uma combinação de múltiplas referências. Apresenta ações do NEAB-D e de parceiros externos que tenham correlação com o nosso principal objetivo: o combate ao racismo.
Nesta edição, o tema principal são as Ações Afirmativas. O tema é fruto do IV Curso de Estudos Afro-brasileiros e Socioeducação: Ações Afirmativas no combate ao racismo, promovido pelo NEAB-D em fins do ano de 2019.
Na primeira seção, Seção Roda, temos a honra de ter Carlos Alberto Medeiros em inspirado artigo basilar sobre o Movimento Negro Brasileiro. Junto a Medeiros, Maria Priscila dos Santos Jesus, Matheus Guarino Sant’Anna Lima de Almeida e Raul Japiassu Câmara, todos professores no curso, delineiam o tema, ampliando e traçando possibilidades diversas.
A segunda seção, Seção Treinel, mostra trabalhos de cinco estudantes do Curso Ações Afirmativas no Combate ao Racismo. As reflexões acerca do tema abrem um leque de pontos de vista que vão da defesa e ampliação das ações afirmativas à maternidade negra.
Na Seção Caxinguelê, Dayse Marcello, escritora, psicóloga e socioeducadora do Degase, traz um panorama da experiência do Teatro Socioeducativo, uma das mais relevantes e longevas experiências do sistema socioeducativo fluminense. Dayse esmiúça a gênese do projeto que na atualidade conhecemos como a Companhia Teatral Nós do CAI.
Permeando a Aú, neste número, na Seção Aruanda, voltada a dar destaque a personalidades negras que contribuem ou contribuíram na valorização da luta antirracista, no saber e na cultura negra, o feminino assume o protagonismo, tanto na escrita, quanto nas homenagens. Carolina Maria de Jesus, Mãe Darabi, Ana Maria Gonçalves e Leda Maria Martins nos chegam em textos assinados por Letícia Montes Penha, Luzi Borges, Nélida Capela e Roberta Aleixo.
Na Seção Berimbau, o historiador, professor do Degase e coeditor da revista Aderaldo Gil – Aderaldo Pereira dos Santos, avança em mais um capítulo da história do Movimento Negro Brasileiro. O destaque nesta edição é para Abdias Nascimento e o Teatro Experimental do Negro – TEN.
Na Seção Zum, zum, zum, a força da música africana sinfônica na corte imperial do Brasil é apresentada por Spírito Santo.
Na capa da Aú, temos Oxaguian, reprodução da ilustração de Sandro Lopes para a capa do livro Os Orixás sob o céu do Brasil[i]. Infelizmente, Sandro nos deixou no auge de sua criação, prematuramente, aos 41 anos por complicações da Covid 19.
Com a revista fechada recebemos a triste notícia da partida de Januário Garcia. Nos últimos 50 anos, o fotógrafo e artista esteve presente com suas lentes e opiniões nas principais ações do Movimento Negro Brasileiro. Para lembrar Janu, criamos a Galeria Januário Garcia, uma singela homenagem com fotos de Mariana Maiara, Jorge Ferreira e do acervo do NEAB-D e textos de Aderaldo Gil, Mariana Maiara e Luís Cláudio de Oliveira.
No mais, desejamos boa leitura!!!!
André Porfiro e Aderaldo Gil - editores
[i] Agradecemos a Flavia Lopes, Marion Villas Boas Sá Rego e Carolina Maluf pela cessão da ilustração Oxaguian, de Sandro Lopes, como capa da revista.
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Revista Aú Nº 03
Vol. 3 No. 03 (2020)Neste ano de 2020, que marca a comemoração dos cinco anos do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro do DEGASE (NEAB- D), apresentamos a Revista Aú, número 3.
A revista, na seção Roda, tem seu corpo formado por textos de autoria de professores do III Curso Estudos Afro-Brasileiros e Socioeducação - Ampliando nossos olhares sobre Movimentos Antirracistas, promovido pelo NEAB-D. Livia de Souza Vidal, Raquel Barreto e Paulo Menezes abordam, por prismas complementares, o combate ao racismo com artigos sobre democracia e democracia racial, escritas de si e capoeira na educação.
A Seção Treinel mostra o resultado de nove trabalhos de estudantes que fizeram o III Curso Estudos Afro-Brasileiros e Socioeducação. As reflexões acerca das temáticas que cada um optou por desenvolver são contribuições relevantes que podem enriquecer o percurso de uma educação antirracista no DEGASE.
Na Seção Caxinguelê, Roberta Aleixo analisa, com seu olhar precioso, a relação entre arte e educação no contexto socioeducativo, tendo como objeto de reflexão o Projeto I-D-E-N-T-I-D-A-D-E-S - Expressão Pictórica Coletiva que entre os anos de 2003 e 2012 foi desenvolvido em duas unidades do DEGASE.
Na Seção Aruanda, Carlos Alberto de Oliveira, o popular Caó, Beatriz Nascimento, Riachão e Chica Xavier tem justas homenagens pela contribuição que deram e dão a valorização da luta, do saber e da cultura negra.
Na estreia da Seção Berimbau, pensada para refletir aspectos do papel e da história do Movimento Negro, Aderaldo Gil, desenha artigo sobre um dos marcos históricos do Movimento Negro, a Frente Negra.
Na Seção Zum-Zum-Zum, a vez é do cinema. Roberta Filgueiras Mathias abre um panorama sobre o cinema negro latino-americano.
Finalizando, na capa da Aú, temos, Em Família, reprodução do quadro do artista plástico Sergio Vidal. Considerado um dos principais ícones da pintura negra brasileira, agora, com singelo prazer, temos Vidal na Revista Aú.
Boa leitura!
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Revista Aú Nº 02
Vol. 2 No. 02 (2017)A edição número 2 da revista Aú está no ar! Tal qual a saída da base para o acerto do golpe, o movimento da Aú, no seu intervalo anual, trás nesse número uma variedade de textos.
Na capa, a arte do fotógrafo Jorge Ferreira, em obra sem título, nos abre a possibilidade de batizar o gesto expressivo de uma mão ao tocar um objeto.
Renato Noguera, Babalawô Ivanir dos Santos, Cintia Barreto, Thaís Linhares, Raul Japiassu e Marcos Antonio da Costa Santos, professores do curso A Representação do Negro na sociedade brasileira e Antirracismo traduzem em texto suas aulas na seção Roda.
A seção Treinel mostra-se como um mosaico amplo da temática do referido curso. No giro das aulas, nove artigos foram gerados pelos alunos, todos servidores do Degase. Os artigos versam de maneira perspicaz sobre o combate ao racismo e a educação das relações étnicos-raciais por vieses diferenciados. Da dança à religião, das ações afirmativas à filosofia, passando, também, por narrativas negras nos sambas enredos das escolas de samba do Rio de Janeiro e ao cotidiano laboral de unidades do sistema socioeducativo.
Criações realizadas na oficina de poesia A descoberta de um(a) poeta, atividade coordenada pela psicóloga Aline Monteiro Garcia, no Centro de Socioeducação Professor Antonio Carlos Gomes da Costa - CENSE PACGC, unidade para adolescentes femininas, se aliam as fotos da exposição A Nossa Visão, imagens realizadas por adolescentes cumprindo medida socioeducativa, de diversas unidades do Degase, coordenada pelo fotógrafo Alex Marcos. É a seção Caxinguelê.
Com textos-homenagens à Lélia Gonzalez, Iolanda de Oliveira, Mãe Beata de Yemonjá e Mestre Vieira, a ancestralidade é foco na seção Aruanda.
Fechando a revista, Simone Rico nos brinda com uma abordagem impar da obra de Lima Barreto.
Boa leitura!
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Revista Aú Nº 01
Vol. 1 No. 01 (2016)Revista AÚ - ISSN 2238-8494
Em maio de 2015, iniciamos o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do DEGASE[1] - NEAB-D[2]. Maio é um mês com datas emblemáticas para o Movimento Negro Brasileiro. No dia 13, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Racismo, no dia 25, O Dia da África. O combate ao racismo e a educação das relações étnico-raciais são os pilares de nossa atuação.
Nessa perspectiva, lançamos a Revista AÚ. Aú é um movimento da capoeira, luta inventada por afro-brasileiros nas senzalas como resistência as opressões. Um golpe com múltiplas variações e possibilidades de reinvenção. Como na capoeira, partimos de uma base e apresentamos a revista em seções. Cada seção tem seu nome vinculado à capoeira.
Na seção Roda[3], apresentamos artigos desenvolvidos por professores do curso Estudos Afro-Brasileiros e Socioeducação, organizado anualmente pelo NEAB-D. A produção textual dos operadores do sistema socioeducativo que participaram do curso, como alunos, vem na seção Treinel[4]. A Revista AÚ apresenta, ainda, a seção Caxinguelê[5], uma pincelada nas atividades realizadas nas unidades educacionais do DEGASE pelos adolescentes socioeducandos. Na seção Aruanda[6], homenagens póstumas e homenagens em vida para personalidades negras que fazem parte da história do Brasil, são apresentadas em textos especiais. A revista apresenta, também, as seções Berimbau[7], com um artigo, a cada edição, sobre momentos da história do Movimento Negra Brasileiro e Zum, zum, zum[8], uma abordagem livre da vasta gama de expressões artísticas e culturais afro-brasileiras e seus realizadores.
Desejamos uma boa leitura!
[1] Departamento Geral de Ações Socioeducativas é a instituição responsável pela execução de medidas socioeducativas por adolescentes no Estado do Rio de Janeiro
[2] O NEAB-D é um órgão componente da estrutura da Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire – ESGSE do DEGASE.
[3] Círculo formado por capoeiristas onde duas pessoas, ao centro, jogam capoeira, sendo substituídas por outras ao decorrer do jogo, enquanto as pessoas que estão em volta batem palmas e respondem o coro cantado e tocado por capoeiristas.
[4] Etapa na trajetória de praticantes de capoeira.
[5] Menino e menina que joga capoeira.
[6] Lugar onde moram os orixás, cantados até hoje nas rodas.
[7] Instrumento de percussão formado por cabaça, arame e um pedaço de pau. Comanda a roda de capoeira, manda no ritmo e no jogo.
[8] Barulho que se assemelha ao som feito pelo vento, por um inseto (besouro, abelha, mosca, mosquito, pernilongo etc.). Notícia ou informação não confirmada que se torna do domínio público. Comentários. Boato, rumor, mexerico.